segunda-feira, 4 de julho de 2011

breve "envenenamento de paixão"..(Ao som de "Trouble" - Chiara Civello)


Veneno é ter paixão, e chamam de sorte ter amor...
Lancem-me solidão.. mas deixem esse torpor...
Ardor... calor.. de viver apaixonada...
Paixão é dor alada..
Amor, sutil raiz... Me lance à morte..
 nunca, à vida acorrentada.

domingo, 24 de abril de 2011

A Arte de CONHECER pelo GOSTAR...



Ainda que eu fosse SOL, LUA, MAR...
- qualquer desses elementos distantes ou difíceis de envolver em um abraço-
Você me alcançaria, tocaria, saberia...
E eu sou apenas aquela que te olha...
Se, olha de longe, te enxerga ainda...
E se olha de perto, se comove...
Sente...
Pressente...

Ainda que eu fosse música em uma língua estranha para você,
Minha melodia penetraria naqueles sentidos que reconhecem, entendem, decifram...
Por que eu sou intensa, profunda ou importante demais?? NÃO!
Apenas porque te gosto...
E o gostar tem uma força imensa...
E quem gosta conhece..
Enxerga com todos os sentidos e enxergaria ainda que lhes tirassem todos!
Quem gosta SABE do “objeto” de sua estima...

Não queria ser SOL, LUA...
Nada tão grande
Nada tão longe
Tão intangível...
Talvez quisesse apenas ter um deles por um dia....
Para assim te convencer de que se até eles podem ser possuídos,
Tocados, palpáveis.. Não são estradas e espaços que farão de alguém ou alguma coisa algo impossível para quem DESEJA
Para quem tem PAIXÃO..

Ainda que eu fosse apenas acordes
Ainda que eu fosse apenas letras amontoadas, sem palavras e sem forma
Você saberia tocá-los sem aula ou partituras..
Você saberia ser poeta e dar a elas sentido...

Não se esqueça NUNCA: QUEM GOSTA CONHECE...

Os gostos
Músicas
Medos
Meios
Pele
Pelos
Sombras
Luzes
Brechas
Breus
Bem
Mal
Corpo
Alma
Coração...
Conheço-te
Conhece-me
Conheceremo-nos

SEMPRE!
Na distancia ou na ausência dela
Na realidade ou nos sonhos
No sol ou na falta dele
Na lua ou sob ela
Sobre a mesma terra – ou quem sabe – sob o mesmo teto!


“Tateio, tateias, tateia. Ou tateamos, eu e tu, enquanto ele se movimenta sem dificuldade entre as coisas? Sei pouco de ti, apenas suspeito da tua existência desde quando descobri que nem eu nem ele éramos os donos de certas palavras. Como se tivesse percebido um espaço em branco entre ele e eu e assim - por exclusão, por intuição, por invenção - te adivinhasse dono desse espaço entre a luz dele e o escuro de mim. Tateias, também? De ti, quase não sei. Mas equilibras o que entre ele e eu é pura sombra” CFA

sexta-feira, 25 de março de 2011

“DES-Despedida”

Sem solidão, sem sintomas... Assim quero aprender a me despedir de ti...
Não para ser "pedra", onde uma dor não dói...
Mas para ser um profundo e tocável ser que te sente SEMPRE... Em TUDO... Ainda que nunca mais volte a vê-la...
Para que eu possa dizer para o mundo – ou apenas para mim mesma – que alguém VIVEU em mim... Dentro de mim.. De FATO (enquanto aqui esteve) E de DIREITO (Mesmo após a partida.. Pelo espaço DEFINITIVAMENTE conquistado)

Sim.. Sem solidão, eu gostaria de aprender a me despedir de ti... Mas SEMPRE com a intensidade de quem te leva e com a ESPERANÇA de quem espera REENCONTRÁ-LA...

Sem sintomas de SAUDADE..
Cheia de sintomas de PRESENÇA!

segunda-feira, 21 de março de 2011

O ILIMITADO (De todas as cores) P/ Caio Fernando Abreu



Algum tempo atrás eu disse em um tweet que daria 1 verão, primavera, e outono para passar 1 inverno com papel, caneta e a capacidade de sentir e escrever do Caio Fernando Abreu... Isso foi em um tempo onde eu só havia tido acesso a alguns fragmentos do seu universo...
Hoje, mergulhada em seu “Limite branco” (e em sua sensibilidade sem limite algum),
Enxergo que oferecer míseras estações de uma vida, para verter palavras de uma profundidade que só pode ser milenar – Como são as do Caio – é muito pouco.. Foi um comentário infeliz... Tanto que eu talvez não tenha merecimento para me arriscar nesse post... Não tão cedo...
Não antes de entender com todos os poros (e não só com esse entendimento cognitivo com o qual estamos acostumados) o que “vivia” em C.F.A...
A única coisa que me faz ignorar o quanto é cedo para escrever sobre ele é a necessidade de ir cada vez mais de encontro as suas palavras, seu mundo... E este é tão denso que não consigo vivê-lo sem compartilhar alguma coisa dele...
São tantas verdades (e por vezes elas pesam)
Tantas certezas (e um sem fim de questionamentos q elas trazem)
Mais ainda, são tantas dúvidas (que por vezes trazem respostas assustadoras)...
É TANTA CARNE...
CARNE VIVA...
TANTA ALMA... MAIS VIVA AINDA...
TANTO SANGUE NAS VEIAS... VIVO!
Mesmo quando ele caminha perto e fala sobre MORTE... (Muito menos uma morte física.. Uma outra não tão “simples” de ser definida)

Sinto sede ao beber da fonte do Caio e se me sacio, sinto uma imediata compulsão por me esvaziar de novo – dividindo as palavras dele – e redescobrir a sede de buscá-lo.
Estou lendo o meu primeiro livro dele... O seu primeiro livro... E me pego pensando como será quando chegar ao ultimo.. Quando já tiver lido TUDO (mesmo sem compreender NUNCA por completo) que existe... Que vazio me trará esta “saciedade”?!
Meu medo, quase um assombro, não é a sede, mas a falta dela!
Quem quer de fato sentir-se completamente saciado? Completo de algo? Isto é uma espécie de “morte”.


Enfim... Vim aqui  despejar algumas primeiras e imprecisas impressões, confusões, conclusões, em mim despertadas pelas palavras do Caio, mas ainda não me sinto nem um pouco pronta para escrever algo consistente sobre o mesmo.
Posso apenas dizer que talvez não desse mais 3 estações para estar do lado de dentro do universo do CFA e com um pouco da sua habilidade de descrever isso..
Talvez eu desse uma existência inteira! Sem Medo!

Que alguns fragmentos consigam despertar em vocês a sede de uma obra inteira (e boa corrida até a fonte do Caio!):
“Somos todos imortais. Teoricamente imortais, claro. Hipocritamente imortais. Porque nunca consideramos a morte como uma possibilidade cotidiana, feito perder a hora no trabalho ou cortar-se fazendo a barba, por exemplo. Na nossa cabeça, a morte não acontece como pode acontecer de eu discar um número telefônico e, ao invés de alguém atender, dar sinal de ocupado. A morte, fantasticamente, deveria ser precedida de certo ‘clima’, certa ‘preparação’. Certa ‘grandeza’. Deve ser por isso que fico (ficamos todos, acho) tão abalado quando, sem nenhuma preparação, ela acontece de repente. E então o espanto e o desamparo, a incompreensão também, invadem a suposta ordem inabalável do arrumado (e por isso mesmo ‘eterno’) cotidiano. A morte de alguém conhecido e/ou amado estupra essa precária arrumação, essa falsa eternidade. A morte e o amor. Porque o amor, como a morte, também existe – e da mesma forma, dissimulada. Por trás, inaparente. Mas tão poderoso que, da mesma forma que a morte – pois o amor também é uma espécie de morte (a morte da solidão, a morte do ego trancado, indivisível, furiosa e egoisticamente incomunicável) – nos desarma. O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade.”
“E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos q se sucedem e deixam sempre sede no fim.” Caio Fernando Abreu.

Este "fim" não termina nada a ser dito sobre o C.F.A. mas talvez inicie algo futuro!

Minhas palavras, inundadas do sentimento de entrega que sinto ao adentrar o universo do C.F.A.:

No PROFUNDO do meu rio , no VAZIO de idéias CHEIAS de sentimento...
O rio é de SANGUE latente, as idéias de VIDA...
No lugar mais FUNDO um chão de fibras... Um coração? Um músculo?
Apenas uma interrogação!
E algumas exclamações sem fim de tantos momentos vividos..
De tantas vidas entregues
De tantas entregas INTEIRAS... Que muito mais me somaram, que tiraram algo de mim...
No PROFUNDO do meu rio de SANGUE VIVO, tristezas e também muitas ALEGRIAS exclamáveis porem indescritíveis!
Disso tudo, uma ESCOLHA.. Ser sempre INTEIRA! Por mais que DOA!

Preciso agradecer a alguém em especial por esse post.. Obrigada, Ana! ;)

terça-feira, 1 de março de 2011

Arte em um DEVANEIO

Viajei para dentro de você,
Deixei meu lugar...
Mas não te encontrei e você nem me viu chegar...
Estavas dentro de mim, a me esperar?

Seria desencontro? Encontro? Fusão?
Seria eu, parte da sua alma
Ou você do meu coração?

NÃO!

Um estranhamento se seguiu...
Estar em você, sem te ver ali...
Que me faz teu corpo oco,
Sem início, meio, fim?

Vim buscando a sua essência
Aquela mais profunda que há tempos me encantou...
Se ela não está nesse “Oco”
Se não ficou em meu corpo,
Para onde você levou??

Há muitos caminhos na vida
Mas algum desses ela tomou:
Não eras de ti, realmente..
Foi devaneio da minha mente..
Ou já entregaste para outro amor...
.....

"Vi um sol nascer pelos olhos seus
 me deixei levar
 eu não refleti
que era a luz dos meus
refletida em ti.
Foi um DEVANEIO meu,
Um veraneio seu..
e um outono inteiro em minhas mãos.." Devaneio - Jorge Vercilo



quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Jogo na Arte dela. (Não sei de onde me chegou essa letra totalmente AC!)

Jogo!

A própria, bando de amigos, toda a tribo..
Pode dizer que eu não to no nível, que não sirvo pra você...
Mas se não tenho a sua pose e a sua pompa, pq “Cê” vem comigo?
Eu chego junto, eu dou conta, sei mexer?

Posso não ser da sua estirpe, do seu naipe.. Às vezes falho...
Mas pode crer que eu mando bem no seu baralho.
Viro a mesa, bato,esnobo, quebro a banca...
Azar no jogo? Sorte a minha a sua estampa:
Linda, lisa e louca por mim...
Então, vencendo ou não
Ganhei o jogo e FIM.

Não sobra assim uma só alma pra falar
Que nós não somos uma dupla de abalar..
Sobra seu jogo limpo, sua classe, seu batom
Levo minha malandragem, meu gingado e o meu tom..

E não tem jeito, querida..
da gente não misturar
Meu wisk 12 anos, seu Bourbon e quem sabe um guaraná...

E não tem chance, amiga
Da gente se encontrar, vc despir seu piano
Eu colocar minhas cordas
E todo o som do mundo não rolar...

E se calar.. rolar, calar...

É esse o jogo, não adianta recuar
Vencendo eu ganho
Perdendo? Ainda não deixo de te ganhar...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Arte de volta a SOLIDÃO (2º post "povoando" este tema)


O que é exatamente SOLIDÃO? No sentido exato...
Para a grande maioria é estar só.. Sem ninguém à volta...
Eu penso que esta seja melhor definida por um “estado” de sentir-se só...
E não pára por aí...

Algumas pessoas vão estar sem ninguém aparentemente ao seu lado e não sentirão solidão... Se sentirão cercados por Deus, flores, Livros, natureza, palavras, músicas... Ou simplesmente, cheias da presença delas mesmas...
Outras podem ter alguns amigos, família, vizinhos, colegas de trabalho, mas não tendo tudo e todos que querem (ou pensam querer), sempre se sentem sós...
Alguns, simplesmente CULTUAM a solidão e até se ALIMENTAM dela..

Me lembrei agora de uma frase que escutei em algum lugar e sempre repito no twitter (e que uma amiga querida sempre retuita, não é Rafa?!) “O duro não é cair, mas gostar do chão..”... E esta frase me levou a pensar... Que o problema não é sentir-se só às vezes.. Isso acontece a todos. O problema está em cultuar a solidão e fazer dela um alimento nocivo... Torná-la maior do que realmente é...

Poxa, a gente sempre pode abrir a porta, andar pela rua... Na companhia do sol, da lua.. De uma folha que cai bem na nossa frente enquanto passamos... A gente sempre pode se alimentar das palavras de um livro, das notas de uma melodia...
E é lógico que sempre podemos e devemos procurar pessoas para conviver e povoar nossos dias, noites, sentimentos. Mas nunca para povoar nosso corpo, alma e vida por inteiro.. Dentro de nós, só moramos nós mesmos.. E já preenche bastante espaço as coisas do nosso passado, presente, sonhos, amor próprio, manias, sentimentos...
Pessoas são “Adereços” encantados e sagrados que enfeitam a vida umas das outras... Cada qual a seu modo.. Mas não podem SER A NOSSA PRÓPRIA VIDA.

Então, se você tem amor, amigos, família e a si próprio (Sendo verdadeiramente quem é), perfeito!
 Se você tem tudo isso, mas ainda não um amor, bom também. Até busque-o, mas não se julgue um solitário por ainda não tê-lo encontrado, ou tê-lo perdido.
Se você se vê no momento, sem amor, família ou amigos, mas ainda tem a si próprio e se gosta (gosta dos valores que vê), também não se entregue a SOLIDÃO... Pense que poderia ser pior... Pois a maior e mais DEFINITIVA SOLIDÃO  é perder-se de SI MESMO!

As palavras escritas aqui são de quem muitas vezes já se sentiu só, e pode ser que ainda volte a saber o que é isso... Mas também já aprendeu a tirar sua solidão para dançar... A cantar para ela...Aprendeu a povoá-la de palavras, planos, plantas... E também a mandá-la embora quando não quer a sua companhia...

Não é de hoje que “Flerto” com a solidão.. E em outro post deste mesmo blog (Remédio para algumas solidões), já pedi até que se lembrem dela, pois a mesma tem seu “valor”... Só não quero para mim e para ninguém, que a SOLIDÃO vire bengala, alimento, lamentos e principalmente CONDIÇÃO... Solidão é OPÇÃO, amigos... E a gente sempre pode escolher outro caminho!

“Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência...” Autoria controversa

“Quem não souber povoar sua solidão, também não conseguirá isolar-se entre a gente” – Charles Baudelaire


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Arte na LUA ( e o Mar como coadjuvante)


LUA e MAR dois “elementos” dos mais poderosos e misteriosamente influenciadores de comportamento...Um saindo de dentro do outro em frente a mim...Uma “desunião” e tanto.. Que efeito teria essa separação??
Penso logo na vida me separando de você.. Filho saindo do seio materno... Borboleta deixando a segurança do casulo...
Aí a LUA sobe, cresce, diante dos meus olhos.. Ainda inteira, ainda brilhante, ainda forte, imponente, soberana...
 E da mesma forma ainda está lá o mar.. Sereno em sua força, constante em seu movimento.. Impassível, implacável, imperturbável...
Então eu aquieto um pouco o espírito, a alma... E reflito que separações podem acontecer sem MORTE e até sem traumas permanentes..
Só que ainda doem, a dor insiste, pulsa... Existe... E não deixa de doer.. Mas logo me lembro – E como eu gosto de me consolar – que as separações podem não durar para sempre...
Afinal, “daqui a um mês a LUA vai estar cheia e no mesmo lugar...”
JUNTO AO MAR...

"Você me deixou
a medida que eu andei perto da água..
Olhando para a LUA
minha vida se tornou um rio (*ou quem sabe um mar...)
que corre dentro de você.." Claire de lune - Amiel (e pequena licença poética..)

Obs.: Não acho msm justo, usar algo tão poderoso como a LUA para falar apenas de separação..Mas como todos temos FASES, como ela... Prometo voltar em uma mais propícia para falar da LUA dos AMANTES...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Arte em desCAMINHO


Pode ser que eu me perca de ti..
Que a estrada, caminhos, descaminhos.. Te levem de mim..

Pode ser que eu não saiba voltar, desaprenda...
Pode ser que eu não queria mais aprender...

Aprender a proximidade que invariavelmente nos mistura até sermos um..
A intimidade que nos decifra até sermos livro... Livro de páginas em branco, escritas a 4 mãos...

Pode ser que eu não queira
Você não queira... Descobrir esse caminho que vence as distancias em kilometros, milhas, mundos...

Tudo isso pode ser..
Porque a maior distancia não esteja na “trilha”
E sopre de dentro para fora...
Das “desemoções” com a proximidade de outros amores
Dos desencantos nas exposições a outros seres...
Pode ser que sopre de dentro da alma...
Um vento forte...
Que impeça aproximação...

Mas também pode ser que não!
Quem sabe o homem sempre descubra que a “distancia” é o que dói mais na vida...
E por isso vá criando estradas, trens bala, aviões, asas... E dê tantas asas a imaginação...

Aí então saberemos...
Porque seremos SÓ CAMINHO...
Daqueles onde ninguém se perde e labirintos não se criam...

Então seremos SÓ ENCONTRO... Os que não se adiam,
Porque não tem hora marcada..

E então seremos a AUSENCIA EXTINTA
E a PRESENÇA PERSONIFICADA...


"Que as estradas onde passo
São estradas por só ser
São atalhos que eu traço
Pra chegar até você" (Elder Costa Por Ana Carolina)


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tentando expor uma Arte ESCONDIDA...

Uma vontade de escrever que te chegue tirando o sono às 2 da manhã, após alguma bebida, com o note já desligado e luzes apagadas no quarto e em você mesma... NAO pode ser dispensada... Não por um “pseudo-escritor”, por um blogueiro... Um Vinícius de Moraes, um Fernando Pessoa... Esses poderiam virar para o lado e dormir... Estaria tudo ali no lugar no dia seguinte... Uma idéia brilhante, uma frase rimada... Nós os pobres mortais, temos que respeitar essas vontades repentinas e inexplicáveis..

Então, vamos lá.. Vamos ver o que sai...
Pensando mais cedo, diante da dor de amor de uma amiga... Me dei conta de que até tentando me mostrar (em escritos postados em um blog publico, onde você conta os acessos e vibra quando seu numero de leitores cresce), até nessa hora eu tendo a me esconder... Tentando explicar: Eu me dei conta de que falo de amor, sem falar... Escrevo tanto.. Às vezes sem nada dizer... Rimas cadenciadas... Versos “polivalentes”, onde quase todos podem se encaixar... E onde estou eu ali?? Quanto daquilo tudo eram realmente considerações minhas sobre aquele tema... Sobre o amor, no caso citado agora... Não sei... Penso que pouco... Existe ali muita “forma” e talvez pouca reflexão pessoal...
Então eu penso: Será que eu não teria nenhuma melhor colaboração a deixar para um leitor... Onde ele encontrasse (se ali buscasse) alguém dizendo exatamente o que pensa?! Ainda não sei... Acredito que para alguns a minhas poesias cadenciadas serão um consolo... Palavras bonitas soando leve em seu peito atormentado naquela hora difícil.. Porem para alguns eu penso que elas soam um tanto superficiais... Distantes... E talvez sejam mesmo...
Talvez eu não saiba falar de amor, ou de dor... Ou mesmo de uma coisa de formas concretas como uma borboleta,  expondo inteiramente o que sinto e assim me distancio com palavras e rimas... palavras e rimas minhas, mas que nem sempre me traduzem...
Acho que na verdade é só assim que eu seu fazer, e quem tiver essa mesma dificuldade de “expressão” de si mesmo, terá então encontrado algo de útil e profundamente verdadeiro no post de hoje, só estas pessoas... Não as que buscaram o amor, a dor, a solidão... Para estas eu acho que deixarei sempre um pouco a desejar...
É meio frustrante, confesso... Mas um tanto inevitável...
E para não terminar este post, (que me tirou dos lençóis e do sono às 2 da manhã) sem deixar NADA para os que buscam AMOR e DOR,  para uns poucos admiradores do que hoje chamei de minha distancia.. Eu terei que terminar rimando... Talvez escondendo o que tanto tento mostrar... Perdoem mas eu só sei ser assim...

Eu preciso é desfazer-me de mim mesma.
Para retornar outra, que eu queira REconhecer...
Você, sozinha já se tirou de mim... E eu, por fim, me deixei em você...
Visto que, já se foi e eu, esquecida de quem era me deixei levar..
Não é você quem precisa sair,
Sou eu quem DEFINITIVAMENTE preciso voltar..

Desfaço-me de mim então... Deixo de reconhecer-me  aquela que AMA
Para me tornar quem sempre quis ser
E espero,  que a minha escolha
Não me mostre em letras garrafais, algo dizendo:
O QUE EU SEMPRE QUIS FOI  AMAR VOCÊ...

HOJE EU PRECISO SER BEM MAIS QUE ISSO...
HOJE PRECISO AMAR A MIM MESMA...
NÃO SE RESGATA UM SENTIDO PRA VIDA
SENDO SEMPRE UM RESUMO DE AMOR
SENDO SEMPRE A PRESA...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Arte na CHUVA - Em pleno calor -

Tanta “chuva” nos olhos para chover...querendo vencer a resistência de águas em outro estado... sólido, gelo...
Querendo vencer.. e cair, chover, rolar...
Quanta “chuva” na alma querendo chover... e Nada... e Seca...
Tanta água para molhar o tanto que há para ser molhado... e Nada!
E esse calor todo para ser abrandado e eu “não chovo”...
Me movo como que querendo encontrar o melhor lugar para despejar as emoções.. Eu disse emoções?? Perdoem o engano.. chuva... despejar a chuva...
Mas não adianta.. Não adianta reza, simpatia, feitiço...

Tem flor que só nasce quando o tempo esfria,
Fruta que só cresce quando na estação..
Tem letra que só cabe em uma melodia..
Sol que só se sente no verão..

É assim...
A gente só morre quando tem que morrer,
Só se liberta quando quer viver..
Com a chuva não podia ser diferente
Ela só chove quando quer chover...


Quando já não procurava mais
Pude enfim nos olhos teus, vestidos d'água,
Me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas
E, assim, no teu corpo eu fui chuva
... jeito bom de se encontrar!
E, assim, no teu gosto eu fui chuva
... jeito bom de se deixar viver!”Quando fui chuva - por Maria Gadú
(Quando fui chuva - Luis Kiari e Caio Soh – por Maria Gadú)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Arte na ESPERA...




Se perguntarmos a 10 pessoas se ESPERAR por algo as incomoda, é quase certo que 9 (e meia) dirão que sim...
Se perguntarmos, no entanto, a alguns poetas, os “sublimados”, “evoluídos”, tentarão nos enganar, falar de espera como quem fala de mar...
Se perguntássemos a Fernando Pessoa (o maior) sobre a espera ele nos diria: “Cada coisa há seu tempo, tem seu tempo...”
Se perguntássemos a Chico Buarque (o poeta conquistador..) ele nos diria: espere o “Tempo de delicadeza”...
Ouvimos tão sonora e felizmente: “Não se afobe não que nada é pra já... o amor não tem pressa ele sabe ESPERAR...”
Mas em nossa ESPERA, quase sempre não encontramos felicidade...
Se eu perguntasse hoje a minha cantora predileta, Chiara Civello sobre a espera, ela me diria: O desejo é filho da falta ( = + espera + desejo+ felicidade na chegada...)

Porque diabos então eu me deixo corroer pela tal da ESPERA...
Porque não coloco a minha ânsia em esperar por algo, por alguém... num canto qualquer e despejo sobre ela sacos de SERENIDADE poética... Palavras em forma de canção, Letras em forma de posts (To tentando!!rs..)

É que para falar a verdade, eu acho que quero e preciso sentir essa “Agonia” de esperas, que em suas chegadas a mim, me trazem um êxtase tão bom... Intenso...
Acho que alimento a ansiedade da espera que me alimenta...
Acho que assim se dá VALOR ao momento aguardado que CHEGA...

ENTÃO:

Objetos da minha espera...

Se eu me “atrapalhar” no caminho, releve...
Se eu me esquecer de contar um dia, me lembre...
Se eu me perder, mande sinais de fumaça, apele...
Se eu fizer dessa espera um Jogo, jogue comigo, Sempre!

Se eu dramatizar, ria sem fim
Se eu não levar a serio, me mostre às unhas
Se eu deixar de sonhar, sonhe pra mim
(E então não me acorde de forma alguma)

Aí então o momento virá
Saberemos eu, você e uma turma...
Se eu TE ESPERAR, sou poeta
Se eu desistir, sou apenas mais uma...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Arte na Partida...

Indo embora para não voltar...
Me escondendo p não te achar em um canto do coração, num pedaço de solidão... em uma ponta de mágoa..

Se vou embora, é sem bagagem.. No máximo uma  saudade daquelas que não fazem mal.. conservadas a sal. Como se guardavam as carnes há muito tempo atrás... Pois essa saudade seria qualquer coisa de secular... De um tempo remoto... de um outro mar...

Você na minha parede seria um Renoir... Definitivo e forte, mas ultrapassado para o meu gosto. Para agora eu prefiro as cores de Frida Kahlo , a alegria gritante de um Romero Brito.. E ainda que eu escolhesse um desses bem antigos para levar pra sempre, não tenho dúvidas de que seria o meu preferido Monet.. Com a leveza e cores na alma, que definitivamente não é você..

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Arte na AUSÊNCIA

Ausência...
Presença de cheiros passados...
Lembranças de vozes, já mudas...
Sensações de toques, já distantes...

Ausência...
Presença de sonhos, consumidos pela realidade
Sentidos de gostos, transformados por outros paladares
Lembranças de planos, traçados em pares...

Então...
São cheiros que não abandonam,
Vozes que ainda sussurram,
Toques que se misturam... e ficam..

São sonhos que a realidade não destrói,
Gostos que os lábios ainda procuram
Planos infindos, que nas noites frias, doem...

A maior característica da AUSENCIA é indiscutivelmente, a PRESENÇA...