segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Arte na CHUVA - Em pleno calor -

Tanta “chuva” nos olhos para chover...querendo vencer a resistência de águas em outro estado... sólido, gelo...
Querendo vencer.. e cair, chover, rolar...
Quanta “chuva” na alma querendo chover... e Nada... e Seca...
Tanta água para molhar o tanto que há para ser molhado... e Nada!
E esse calor todo para ser abrandado e eu “não chovo”...
Me movo como que querendo encontrar o melhor lugar para despejar as emoções.. Eu disse emoções?? Perdoem o engano.. chuva... despejar a chuva...
Mas não adianta.. Não adianta reza, simpatia, feitiço...

Tem flor que só nasce quando o tempo esfria,
Fruta que só cresce quando na estação..
Tem letra que só cabe em uma melodia..
Sol que só se sente no verão..

É assim...
A gente só morre quando tem que morrer,
Só se liberta quando quer viver..
Com a chuva não podia ser diferente
Ela só chove quando quer chover...


Quando já não procurava mais
Pude enfim nos olhos teus, vestidos d'água,
Me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas
E, assim, no teu corpo eu fui chuva
... jeito bom de se encontrar!
E, assim, no teu gosto eu fui chuva
... jeito bom de se deixar viver!”Quando fui chuva - por Maria Gadú
(Quando fui chuva - Luis Kiari e Caio Soh – por Maria Gadú)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Arte na ESPERA...




Se perguntarmos a 10 pessoas se ESPERAR por algo as incomoda, é quase certo que 9 (e meia) dirão que sim...
Se perguntarmos, no entanto, a alguns poetas, os “sublimados”, “evoluídos”, tentarão nos enganar, falar de espera como quem fala de mar...
Se perguntássemos a Fernando Pessoa (o maior) sobre a espera ele nos diria: “Cada coisa há seu tempo, tem seu tempo...”
Se perguntássemos a Chico Buarque (o poeta conquistador..) ele nos diria: espere o “Tempo de delicadeza”...
Ouvimos tão sonora e felizmente: “Não se afobe não que nada é pra já... o amor não tem pressa ele sabe ESPERAR...”
Mas em nossa ESPERA, quase sempre não encontramos felicidade...
Se eu perguntasse hoje a minha cantora predileta, Chiara Civello sobre a espera, ela me diria: O desejo é filho da falta ( = + espera + desejo+ felicidade na chegada...)

Porque diabos então eu me deixo corroer pela tal da ESPERA...
Porque não coloco a minha ânsia em esperar por algo, por alguém... num canto qualquer e despejo sobre ela sacos de SERENIDADE poética... Palavras em forma de canção, Letras em forma de posts (To tentando!!rs..)

É que para falar a verdade, eu acho que quero e preciso sentir essa “Agonia” de esperas, que em suas chegadas a mim, me trazem um êxtase tão bom... Intenso...
Acho que alimento a ansiedade da espera que me alimenta...
Acho que assim se dá VALOR ao momento aguardado que CHEGA...

ENTÃO:

Objetos da minha espera...

Se eu me “atrapalhar” no caminho, releve...
Se eu me esquecer de contar um dia, me lembre...
Se eu me perder, mande sinais de fumaça, apele...
Se eu fizer dessa espera um Jogo, jogue comigo, Sempre!

Se eu dramatizar, ria sem fim
Se eu não levar a serio, me mostre às unhas
Se eu deixar de sonhar, sonhe pra mim
(E então não me acorde de forma alguma)

Aí então o momento virá
Saberemos eu, você e uma turma...
Se eu TE ESPERAR, sou poeta
Se eu desistir, sou apenas mais uma...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Arte na Partida...

Indo embora para não voltar...
Me escondendo p não te achar em um canto do coração, num pedaço de solidão... em uma ponta de mágoa..

Se vou embora, é sem bagagem.. No máximo uma  saudade daquelas que não fazem mal.. conservadas a sal. Como se guardavam as carnes há muito tempo atrás... Pois essa saudade seria qualquer coisa de secular... De um tempo remoto... de um outro mar...

Você na minha parede seria um Renoir... Definitivo e forte, mas ultrapassado para o meu gosto. Para agora eu prefiro as cores de Frida Kahlo , a alegria gritante de um Romero Brito.. E ainda que eu escolhesse um desses bem antigos para levar pra sempre, não tenho dúvidas de que seria o meu preferido Monet.. Com a leveza e cores na alma, que definitivamente não é você..

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Arte na AUSÊNCIA

Ausência...
Presença de cheiros passados...
Lembranças de vozes, já mudas...
Sensações de toques, já distantes...

Ausência...
Presença de sonhos, consumidos pela realidade
Sentidos de gostos, transformados por outros paladares
Lembranças de planos, traçados em pares...

Então...
São cheiros que não abandonam,
Vozes que ainda sussurram,
Toques que se misturam... e ficam..

São sonhos que a realidade não destrói,
Gostos que os lábios ainda procuram
Planos infindos, que nas noites frias, doem...

A maior característica da AUSENCIA é indiscutivelmente, a PRESENÇA...